Protegendo meu filé mignon

Você tem coragem de assumir que é a vilã (ou vilão) na história de alguém? 🧐

Na minha última palestra, uma mulher branca falou sobre como é difícil aceitar que as relações de poder são históricas e que, quando as críticas a branquitude chegam, o impulso sempre é absorvê-la como se fosse algo individual.

Lá em 2017, quando eu e amigos apontamos que as condições de vida na Região Sudeste ainda são tipo resultado de teste do Buzzfeed“Quem seus avós eram no período da escravidão?”, um homem perguntou indignado:

“ENTÃO QUER DIZER QUE EU VOU TER QUE ABRIR MÃO DO MEU FILÉ MIGNON???? 😠”

Giovana Xavier, vulgo ‘Preta Dotora’, em uma aula de Intelectuais Negras que abordava questões LGBTQIA+, mas principalmente as trans, falou sobre como não devemos ter medo de ‘aprender errando’ sobre questões que não vivemos diretamente. Precisamos estar abertas a tomar críticas (neste caso, da população trans) e seguir o baile. Isso foi dito em uma sala repleta de pessoas cis.

Isabela Reis fez um vídeo brilhante sobre um livro da Bell Hooks que aponta sobre como nós, FEMINISTAS ILUMINADAS (ou ‘ativistas perfeitas’, não importa a causa defendida) alimentamos todo dia o ‘colonizador que habita em nós’ quando julgamos outras culturas exatamente da mesma forma que odiamos quando fazem conosco.

Gente, a Era do ‘Campeonato de Opressões’ já passou há muito tempo. Acredite, em alguma situação da vida, a vilã é você. Você pode ser negra, periférica, gorda, deficiente, cisgênera, heterossexual… Enfim, olhe para os lados. Você também quer proteger teu ‘filé mignon’, seu lado colonizador, sua vista grossa, seus antepassados. Não encarar isso é que é feio. #VigiaTeuMinistério

Essa foto parece eu e meu ‘squad’ de meninas autocríticas

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