Com a palavra, só generalistas: como influencers e gurus dominam narrativas

Ok, talvez eu tenha escolhido um adjetivo até simpático. Influenciadores se profissionalizaram em falar sobre qualquer assunto para alcançar uma audiência cada vez maior na internet, mas poucos focam no lado qualitativo.

É comum que, quando uma tendência de conteúdo surge, influencers catem uma referência de suas histórias pessoais para entrar no tema ou até mesmo mudem os rumos de suas carreiras. Exemplo fictício: uma blogueira que já lucrou muito com resenhas de maquiagens em 2015, hoje ensina seus seguidores a investir em bitcoins — e se tornou ‘referência’ nisso.

Funciona assim: Depois de algumas postagens sobre o mesmo tema, atualização da biografia nas redes ou até da aparência do perfil, alguns influenciadores estão ‘prontos’ para serem coaches, gurus e, pasmem, especialistas em determinado assunto. Isso aconteceu com um dos assuntos que eu, criadora de conteúdo, abordo — sexualidade.

O isolamento social de 2020 desencadeou o aumento no interesse e vendas de produtos er0ticos pela internet, assim como todo aquele clima de relacionamentos online. No mesmo feed, vimos influencers, profissionais de saúde e outras pessoas se declarando ‘terapeutas’ disputando relevância. Isso também tem muito a ver com a “tiktokização das profissões”, que acende debates sobre limites éticos, sobrecarga profissional (e burnout) e o empreendedorismo por obrigação.

Não adianta mais comentar que “só pessoas ingênuas confiam em influencers”, a linha entre os formatos de conteúdo informativos e de entretenimento está cada vez mais tênue, e muitas vezes o problema está na abordagem simplista, e não necessariamente na propagação de mentiras.

Fiz um vídeo que contextualiza todo esse caos e pode te ajudar a identificar esse padrão de comportamento: a cada tendência de conteúdo, surgem novos gurus.

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