Jornalismo: como conseguir bolsas para cursos internacionais com TUDO PAGO!

Será que estudar fora é algo pra você? Bem, se você está aqui é porque esse pensamento ronda a sua cabeça, então tá na hora de ter uma atitude mais estratégica sobre isso.

Eu fui aprovada no Early Childhood Reporting Institute — um workshop do Dart Center for Journalism and Trauma que aconteceu na Columbia University, em Nova Iorque — e vou contar agora o passo a passo da inscrição. Quais são os requisitos? Existe alguma pegadinha? Tem que ser fluente em inglês? Essas e outras dicas do vídeo servem para vários workshops, intercâmbios e oportunidades internacionais. Fiquem de olho porque os padrões se repetem!

Caso prefira, você pode conferir esse mesmo conteúdo em forma de vídeo! Aperte o play e aproveite para se inscrever no canal Nath Braga:

Minha experiência: do Brasil direto pra Columbia

Até então, eu nunca tinha saído do Brasil. Em 2024 eu recebi a oportunidade de me aprimorar na cobertura sobre primeira infância em uma turma de 30 jornalistas de diversos países. Foram 4 dias de workshop na Columbia Journalism School com passagens, hospedagem e alimentação pagas. Mas, antes de receber a sonhada aprovação, é preciso cumprir os requisitos do edital.

O edital do Early Childhood Reporting Institute pedia algumas coisas específicas:

  • Duas cartas de recomendação
  • Amostras de trabalho (em inglês ou traduzidas)
  • Carta de motivação
  • Currículo em inglês
  • Formulário com seus dados, mini bio, etc.

Isso mesmo, a inscrição e os anexos eram 100% em inglês. Mesmo que você seja fluente, recomendo contar com ajuda de algum profissional da área de tradução (nem que seja para revisão). Eu tive o suporte do Calú Narcizo, que fez toda a revisão e tradução, garantindo que os termos técnicos brasileiros fossem traduzidos com precisão.

Meu primeiro dia na Columbia University

Administrar tantos materiais dentro de um prazo curto exige disciplina. Por isso, se organize com antecedência. A tradução, documentos e pedidos de cartas de recomendação podem demorar mais do que o esperado. Aliás, escolha bem quem vai escrever as cartas de recomendação em sua defesa. O ideal é que sejam pessoas que te conheçam profissionalmente e, principalmente, entreguem o material dentro do prazo. Se a sua carta de recomendação não chegar a tempo, a sua candidatura inteira vai por água abaixo. Cuidado!

Ter uma rede de apoio é fundamental. Converse com colegas que já foram aprovados em fellowships, intercâmbios e afins. Eles certamente têm dicas valiosas (obrigada, Evandro e Hellen!). Além disso, você pode recorrer aos fellows anteriores da oportunidade que você procura. A maioria das pessoas são gentis e estarão dispostas a tirar suas dúvidas e oferecer feedbacks pra que a sua inscrição fique melhor ainda.

E o inglês, Nath?

Nem sempre é preciso ser fluente no idioma oficial da oportunidade ou do país-sede. Na prática, muitas vezes basta conseguir entender e se comunicar. Alguns editais pedem testes como o TOEFL, outros não. Mas mesmo assim, recomendo reforçar seus estudos assim que decidir tentar uma oportunidade internacional.

Um sinal de que o idioma importa é quando o processo seletivo contém a fase de entrevista, onde os avaliadores conseguem mapear a sua capacidade de ouvir e articular ideias no idioma proposto. Mas não se desespere: se você chegou à essa etapa, significa que os organizadores têm a intenção de te aprovar. Demonstre que e o seu currículo e o seu comportamento são consistentes, afinal isso é tão importante quanto saber o idioma.

Se você ainda sente insegurança, existem muitos caminhos: baixe o Duolingo, procure sites de conversação, assista vídeos e podcasts com áudio e legendas em inglês (ou no idioma necessário)… Pratique de forma leve, porém constante!

Mesmo as pessoas mais fluentes são desafiadas quando chegam em cursos e eventos internacionais. São muitos sotaques e velocidades de fala diferentes, então todos fazem esforços pra que o entendimento flua.

Sobre o visto, passaporte e outras burocracias

Infelizmente, muitas pessoas perdem oportunidades por não ter um passaporte válido antes da data da viagem. Imagina só que tristeza vencer um processo seletivo tão especial e não embarcar por uma mera burocracia? Pois é! Emitir um passaporte custa caro (R$ 257,25 em 2025) e existe até taxa de urgência. Por isso, eu recomendo que você junte dinheiro aos poucos caso não consiga gastar toda essa grana de uma vez.

No caso do Early Childhood Reporting Insitute, só me faltava o visto americano. Essa foi a única parte burocrática que eu precisei custear — e não foi barato, viu? Mas com a carta-convite da universidade de Columbia, onde estava tudo muito bem explicado (contato, endereço, quem ia pagar o quê), o processo ficou muito mais tranquilo.

Esse tipo de documento ajuda MUITO na hora da entrevista no consulado, porque você mostra que já tem um compromisso concreto, com tudo organizado. Nada de chegar lá apenas dizendo “galera, o meu sonho é esse”. Isso não cola e as chances de o visto ser negado são grandes! E aí nós estamos falando de R$1.000 sendo jogados no lixo, já pensou?

E a minha última dica é: monitore as oportunidades!

Além de conferir o site do International Journalists Network (nosso querido IJnet), vale a pena criar uma planilha pessoal para acompanhar os editais do seu interesse. Anote dados como o tema, prazo de inscrição, requisitos e o seu progresso.

E aí, malas prontas? Espero que sim! Ainda estou desbravando esse mundo das bolsas de estudo, fellowships e eventos, mas sem dúvidas essas dicas adiantam muita coisa. Estudar e trabalhar fora são experiências que transformam nossas vidas e carreiras, e se você quiser mais inspirações, tem uma playlist inteira com vlogs de viagem em Nova Iorque para vocês assistirem.

A turma completa do Early Childhood Reporting Institute (2024)

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